quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Crónica de uma Morte anunciada

Terça-feira, Maio 16, 2006

Crónica de uma Morte Anunciada

E pronto! Mais uma época que acabou, e tudo voltou à normalidade. O F.C. Porto é mais uma vez campeão nacional, é mais uma vez o vencedor da taça de Portugal, é mais uma vez a melhor equipa de futebol a pisar os relvados nacionais.
Não pretendo de maneira nenhuma que esta constatação seja unanimemente aceite por todos os adeptos de futebol. Já desisti de tentar abrir os olhos de alguns adeptos, de lhes explicar que fomos efectivamente melhores, de desmistificar as teorias da conspiração do costume. Acabamos o campeonato a 7 e 12 pontos dos nossos adversários directos, festejamos a três jornadas do fim, mas podíamos ter acabado com 25 pontos e festejado a 8 jornadas do fim… seria a mesmíssima coisa. Pinto da Costa continuaria a ser a cabeça do polvo da corrupção em Portugal e os campeonatos ganhos teriam sempre sido entregues em bandejas de prata depois de muitas jogadas de bastidores. Não sei se é ódio ou inveja daquele que é indiscutivelmente o dirigente desportivo com maior sucesso de sempre no nosso país, a verdade é que esses adeptos não querem ver as evidências.
Quando lhes enumero casos que revelam uma extraordinária capacidade de gestão e sobretudo de visão, como foram as contratações de Futre, Jardel ou Deco debaixo dos narizes dos seus rivais… encolhem os ombros.
Quando lhes mostro que fez das Antas uma autêntica fábrica de treinadores campeões, que, ou tinham sido dispensados dos seus rivais como Robson e Mourinho, ou nunca tinham ganho um título na sua carreira como Oliveira, Santos e Co Adriaanse… chamam-lhe sorte.
Às vezes, esses adeptos reagem, enumerando um ou outro caso em que este fantástico gestor falhou. Octávio, Del Neri, Couceiro são os exemplos mais lembrados. Esquecem-se que ninguém lhe pede que acerte sempre, apenas que acerte mais vezes do que os outros todos. E aí, por muito que lhes custe admitir, é inegável que o tem feito ao longo das últimas duas décadas e meia.
Quando estalou o célebre caso “Apito Dourado”, e Pinto da Costa começou a ser investigado, esses mesmos adeptos apostaram as suas vidas em como a corrupção desportiva tinha os dias contados em Portugal, e em como tudo voltaria à normalidade. Hoje, caiem no ridículo ao afirmar que a justiça portuguesa não funciona, e que os factos investigados são muito difíceis de provar.
Lembro-me que no início desta época, esses adeptos vaticinaram um fim próximo a Pinto da Costa, um fim sem honra nem glória. Aquilo que eu chamaria de “Crónica de uma Morte Anunciada”. A mesma morte que lhe tinham vaticinado há uns anos atrás, antes da chegada de Mourinho, quando esteve 3 anos sem ganhar o campeonato. Só que desta vez, diziam, "não estava cá Mourinho para o salvar, apenas um holandês desconhecido sem currículo, que ficaria por cá no máximo meia época".
Bem, feitas as contas, o processo Apito Dourado arrasta-se nos tribunais e teima em não culpabilizar Pinto da Costa e enquanto isso o nosso holandês desconhecido campeão aguentou-se por cá e assistiu à dispensa de um e à "venda" de outro, dos treinadores rivais que iniciaram a época com ele.
Parece que tudo voltou à normalidade, mesmo...

A todos esses adeptos… este título também é para vocês!

Abraços campeões

posted by Abraracourcix

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